ANA WALDEREZ AMORIM BATISTA – NATAL, PRIMEIRA MULHER A DIRIGIR O DIRETÓRIO CENTRAL DE ESTUDANTE DA UFRN
ANA WALDEREZ AMORIM BATISTA – NATAL, PRIMEIRA MULHER A
DIRIGIR O DIRETÓRIO CENTRAL DE ESTUDANTE DA UFRN – DCE. PROFESSORA, SOCIÓLOGA
ANA WALDEREZ AMORIM BATISTA, natural de Natal, nascida a 16
de setembro de 1950 e faleceu em Minas Gerais, no dia 24 de dezembro de 1986.
Foi a primeira mulher a dirigir o Diretório Central de Estudantes da UFRN –
DCE.
Embora seu pai houvesse nascido na Bahia, sendo por isso
apelidado de BAIANO, a menina ANA WALDEREZ era uma típica natalense. Estudou no
tradicional Colégio Imaculada Conceição, dos quatro aos dezoitos anos de idade,
quando concluiu o segundo grau. Em 1969m época de grande agitação política e
cultural, Ana fazia simultaneamente o curso de Sociologia da FJA e o Curso de
Letras da UFRN. Além de frequentar duas faculdades, trabalhava como professora
de primeiro grau no Atheneu e posteriormente no Colégio Marista. Mesmo sem
tempo para estudar, concluiu Letras em 1972 e Sociologia em 1973, sendo laureada em ambos os cursos.
Merece destacar a sua participação na universidade, sendo a
primeira mulher do Estado do Rio Grande do Norte a dirigir o Diretório Central
de Estudantes. Se filho Manoel, foi estudante de Direito na UFRN. Sobre sua
gestão, numa época em que a ditadura e a
repressão procuravam desorganizar os movimentos estudantis, o DCE conseguiu
manter sua integridade e seu posicionamento de oposição ditatorial.
Em 1973 Ana casa-se com o jornalista JORGE BATISTA FILHO, líder estudantil mineiro, que
se mudara para Natal com sua mãe viúva e seu irmão, que vinha trabalhar nas
minas de Currais Novos. Frequentemente preso e torturado na sua terra natal,
resolveu concluir aqui o seu curso de Comunicação.
Em 1976 a família mudou-se para Campinas/SP, onde Ana faria
seu Mestrado em Sociologia. Lá, sua casa tinha sempre as portas abertas para os
militantes políticos. Muitas vezes Ana era apresentada aos hóspedes no café da
manhã: tudo fazia parte de um ideal de luta.
Dez anos depois, já após a morte da mãe de Jorge, o casal
resolveu viajar com os dois filhos para passar o Natal com irmão, em Minas
Gerais, quando aconteceu o trágico acidente na estrada. Dele sobrevive com
muitas fraturas o pequeno Manuel.
O jornal PARTILHA, do Centro de Direitos Humanos de São
Paulo, criado e editado por JORGE BATISTA, teve uma edição especial pouco
depois. Na capa, editorial do jurista Hélio Bicudo: JORGE E ANA viveram
intensamente. Enganjaram-se nos
movimentos populares e sofreram como consequência dessa doação de si ao
próximo. Mas a luta desse casal realmente admirável é um doce exemplo para
tantos quantos estão empenhados, na evangélica opção preferencial pelos pobre
FONTE – LIVRO NATAL 400 NOMES